Rodrigo Bro - Desde Belo Horizonte
Rodrigo Bro
é artista plástico, com amplo reconhecimento da crítica especializada e a simpatia de todos os admiradores da arte abstrata. Seguem algumas amostras:
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Mas o Rodrigo Bro, professor, não poderia se omitir ante o chamado da palavra e quem lhe conhece, sabe que seu espírito é tenso, e emite poesia em tempo integral.
E aqui, ele manda o verbo seguir os passos de Gonzaga, marchando firme rumo às vilas ricas de toda Minas Gerais.
Do livro "De Tanto Amar":
Ressurreição
A
lembrança
é
engrenagem da alma
enquanto existe em nós
escamas
do passado.
A vida pinga e seca
como alimento
nos seios maternos
que
acabaram de renovar em prantos a vida.
No
avançar das horas
a
criança cresce e brinca
a
transpirar alegria
enquanto
o cheiro da mãe
aos
poucos lhe foge do corpo
e
outros cheiros a enfeitiça.
Aos
poucos se vive morrendo
e a lembrança é poesia
vivência
do real
escondido
nos escombros da memória.
Lembrar-me
da primeira vez
que
bebi das gotas do amor
é
emaranhar-me em um oceano
que
é só calmaria.
O
amor é a minha lembrança
e
minha ressurreição
faço
dele
minha memória
e
comunhão.
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Do livro "Cidade De Mim"
Casa Poema
Deitado nas palhas das palavras me fiz poeta.
Na casa guardiã do meu corpo.
Casa poema, casa casulo, casa castelo.
As janelas azuis segredavam o céu quando fechadas
e quando abertas, voavam como borboletas
destremeladas pela manhã.
Alecrins perfumavam pés
e o aroma do limoeiro esverdeava a tarde.
Casa da minha infância,
lugar onde eu voltava, depois de imaginária
errância.
Minha casa livro,
onde eu lia nas paredes o enigma das sombras.
Rodeada de pés de beijos, escurecia lilás.
Ensinou-me a ser caracol e a levá-la por onde for.
Ensinou-me que habitar a mim mesmo é o caminho
primeiro do amor.
Sou casa poema,
onde no alpendre dos sonhos quaram palavras.
As mesmas que ao me vestirem, me despem.
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E do livro "Jogo Eletrônico"
Atriz
A mulher revolve as
pedras das sempre vivas
e se faz viva para
sempre.
Como a luz das
lamparinas que amanhecem,
dá a luz a seus
desejos
e arde nas noites
vermelhas de verão.
Quantos homens a
ela virão?
Datilografa no ar a
palavra paixão
e seu suor é gota
de azeite,
sândalo de insana
presença.
Com risos e
prantos,
encena na cama o
jorro de encantos.
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