quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Rodrigo Bro - Desde BH * Antonio Cabral Filho - Rj

Rodrigo Bro - Desde Belo Horizonte
Rodrigo Bro
é artista plástico, com amplo reconhecimento da crítica especializada e a simpatia de todos os admiradores da arte abstrata. Seguem algumas amostras:
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Mas o Rodrigo Bro, professor, não poderia se omitir ante o chamado da palavra e quem lhe conhece, sabe que seu espírito é tenso, e emite poesia em tempo integral.
E aqui, ele manda o verbo seguir os passos de Gonzaga, marchando firme rumo às vilas ricas de toda Minas Gerais.
Do livro "De Tanto Amar":
Ressurreição


A lembrança
é engrenagem da alma
enquanto  existe   em nós
escamas do passado.

A  vida pinga e seca
 como alimento  nos seios maternos
que acabaram de renovar em prantos a vida.

No avançar das horas
a criança cresce e brinca
a transpirar alegria
enquanto o cheiro da mãe
aos poucos lhe foge do corpo
e outros cheiros a enfeitiça.

Aos poucos se vive morrendo
 e a lembrança é poesia
vivência do real
escondido nos escombros da memória.

Lembrar-me da primeira vez
que bebi das gotas do amor
é emaranhar-me em um oceano
que é só calmaria.

O amor é a minha lembrança
e minha ressurreição
faço dele
minha  memória
e comunhão.
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Do livro "Cidade De Mim"
Casa Poema

Deitado nas palhas das palavras  me fiz poeta.
Na casa guardiã do meu corpo.
Casa poema, casa casulo, casa castelo.
As janelas azuis segredavam o céu quando fechadas
e quando abertas, voavam como borboletas
destremeladas pela manhã.
Alecrins perfumavam pés
e o aroma do limoeiro esverdeava a tarde.
Casa da minha infância,
lugar onde eu voltava, depois de imaginária errância.
Minha casa livro,
onde eu lia nas paredes o enigma das sombras.
Rodeada de pés de beijos, escurecia lilás.
Ensinou-me a ser caracol e a levá-la por onde for.
Ensinou-me que habitar a mim mesmo é o caminho
primeiro do amor.
Sou casa poema,
onde no alpendre dos sonhos quaram palavras.
As mesmas que ao me vestirem, me despem.
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E do livro "Jogo Eletrônico"
Atriz

A mulher revolve as pedras das sempre vivas
e se faz viva para sempre.
Como a luz das lamparinas que amanhecem,
dá a luz a seus desejos
e arde nas noites vermelhas de verão.
Quantos homens a ela virão?
Datilografa no ar a palavra paixão
e seu suor é gota de azeite,
sândalo de insana presença.
Com risos e prantos,
encena na cama o jorro de encantos. 
*
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