sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

Serafim Antonio Alves do Nascimento / POEMINAS 1989 * Antonio Cabral Filho - Rj

Serafim Antonio Alves do Nascimento
POEMINAS 1989
Aspirações

Eu queria a dimensão de um astro,
poder pairar além dos horizontes...
Acolher num só e terno abraço
toda a grandeza do mar
toda a doçura das fontes.

Na minha grandeza colossal
ignoraria o balançar dos ramos
e passarinhos em concertos matinais...
A Via Láctea seria a minha rota
se tudo isso me valesse a troca
do meu mundo de sonhos,
de minha vida de paz.
&
Embevecimento

Há em teus olhos um querer aflito
que no medo retrai...
Prendes no peito um mal contido grito
que a custo não sai.

Trazes nos braços um mortal perigo
que às vezes me atrai...
Vejo em teus gestos um calor benigno
que envolve e distrai.

Há no teu corpo um sensual desejo
que no medo se esvai...
Esses teus lábios me anunciam um beijo
que resulta e não sai.
&
Quotidiano

Há a palavra que entristece
e o silêncio que atordoa...
Há o barulho que cresce
na ação dos que vivem à toa.

Há o enlace que desajusta
e o diálogo que nos amola.
Há o menor que assusta
e o amigo que desconsola.

Há o medo de amar
e a coragem de se perder...
Há a tristeza no bar
e a vontade morrer.

Há criminosos malucos
ostentando o riso nos lábios.
Há gente sem nada na cuca
passando por grandes sábios.

De tudo o que sinto e planejo
de tudo o que existe enfim
nasce-me u profundo desejo
de crer sempre em ti, de creres sempre em mim.
*
Soneto

Somos dois entes dum conjunto R...
nos aliando somos 1 talvez.
Somos duas fontes que originam rios,
desaguando num mar de incertezas.

Somos dois sólidos quaisquer, digamos...
cones, pirâmides, cristais ignotos,
figuras que se buscam e se associam
pra soma dos catetos e arestas.

És esfera envolvente, doce espera.
Traduzes-te intimamente num dilema
que aguça os meus sentidos um por um...

Sou o grito a emudecer-se aflito
na dureza da rocha intransponível
desse mistério que perdura em ti.
Serafim Antonio Alves do Nascimento é mineiro de Itambacuri, nascido em 15/06/1943. É professor de Língua Portuguesa em Frei Inocêncio, onde reside, e pós-graduado "Latu Sensu" em Língua Portuguesa. Tem publicações periódicas em jornais e agremiações da sua região. É co-autor e 1º classificado - Medalha de Ouro no Livro Concurso Nacional de Poesia POESIA HOJE - 1989 com o texto: "Poema para você" - promovido pela D.G.F Edições, de Belo Horizonte. Os poemas acima integram o livro POEMINAS 1989.
Facebook
https://www.facebook.com/serafim.alvesdonascimento 
*

sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

Trovas / Poemas / Sonetos ( Bertine das Neves Lima ) * Antonio Cabral Filho - RJ

Trovas / Poemas / Sonetos
MiniBio
Bertine das Neves Lima,
poeta, trovadora e sonetista,
 é natural de Campina Grande - PB, terra do maior São João do mundo. Artista circense - Circo Bertine - nascida em 27 de Fevereiro de 1922, filha de Joaquim Lopes das Neves ( empresário circense proprietário do supra citado)  e Maria Amélia das Neves. Tem publicadas as seguintes obras: RECORDAÇÕES, MEUS VINTE ANOS e ROSAS DA MINHA VIDA. Além disso, integra diversas coletâneas e antologias. É patrona da Biblioteca Municipal Bertine das Neves Lima - Município de Jampruca - MG.
Acervo Bertine das Neves Lima
https://academiafreinocencianadeletras.blogspot.com/p/acervo-bertine-das-neves-lima.html 
TROVAS
*
A trova tem que voltar
e voltar o trovador
para o palco da noite
trovar para o seu amor
&
Uma mensagem, um bilhete
podemos em trova fazer
A trova é uma delícia
Nos dá alegria e prazer
&
Deixem voltar o silêncio
e a paz das madrugadas
para o trovador trovar
os seus versos na calçada
&
Respeitáveis bandoleiros
deixem em paz o trovador
Vocês também tem alma
um coração, um amor.
&
Façam uma reflexão
unindo e dando as mãos
Parem com o desespero
da sua e da nossa nação.
&
Ao entardecer não mais se ver
as famílias nas calçadas...
sentadas em suas cadeiras,
em palestras animadas.
Os saraus no aconchego,
das nobres e ilustres famílias
regadas por um violino!
Partituras da Sicília.
&
A banda no coreto da praça,
dobrados vibrantes a tocar,
alegrando os corações...
das donzelas a passear.
*
POEMAS
*
O SOL

Eu não sei porque o sol...
foi no Nordeste viver!
Acabando com o solo
e derramando sofrer.

O sol queima e tudo arrasa
a lavoura vai secando
não se ouve uma canção...
o povo vive chorando.

Tudo está devastado
e chorando a natureza
Os regatos já não correm
tudo lá é só tristeza.

Meu padrinho... Pedre Cícero
Padroeiro da região
implora a Deus muita chuva
para regar o sertão.
&
PALHAÇO

Quantas vezes o palhaço...
faz rir a multidão,
com o peito ardendo em chamas,
enlutado o coração.

O palhaço não tem hora
para o sofrimento chorar.
Esconde a sua tristeza
e faz o público gargalhar.

Ama a sua pintura,
a máscara de fazer graça.
O bálsamos de suas dores
são as doses de cachaça.

Palhaço tem duas caras:
A sua e a da companhia,
uma é para a noite,
e a outra, é para o dia.

Pelos caminhos da vida
o meu rosto já pintei.
Todos de mim sorriam
todas as dores chorei.
&
PAI

Pai, tão cedo deixaste
as flores desta vida!
Eu, mãe e meus irmãos ficamos
tristes, a lamentar a tua ida!

Uma saudade em cada canto,
uma tristeza em cada olhar.
Por que partiste tão cedo
para nunca mais voltar?

No dia em que partiste,
a terra se enlutou,
(As estrelas, a lua e o sol)
confesso, também chorou.

Nos píncaros dos montes,
os pássaros se alvoroçaram.
Das árvores caíram as flores,
os regatos soluçaram.

Não sei porque a morte...
é assim tão inclemente,
vem sutil sem piedade,
causar desgosto à gente.
&
PELÉ

Deixou o futebol
o grande jogador mineiro.
Ficaram saudosos os clubes
e chorando os brasileiros!

Um império, uma coroa,
deu ao nosso Brasil
o rei do mundo inteiro,
o jogador varonil.

Virão outras copas e taças
jogadores e seleção.
Mas, esquecer-te, nunca!
Glória da nossa nação.

Pelé, tu és magnânimo,
um rei, um campeão.
Teu nome está gravado
no mundo, em todo torrão.

O teu nome vai ser praça
jardins de rosas cor de anil.
Estas oferendas serão poucas
pelo que deste ao Brasil!!

SONETOS
....................
RIO DOCE

A vibrar uma estranha e doce prece
namorando a linda Ibituruna, desde o rio,
valente impetuoso até parece
as lágrimas da serra fio, a fio.

À noite, sonolento, murmuroso e sombrio
amplo vales coranto ei-lo que desce...
Ao cair de uma folha o murmúrio,
das águas escuras levemente cresce...

Beijam-lhes as faces pêndulas ramagens.
Macio, calmo, torna-se ondulante,
ao perpassar silente das águas...

E o tédio, a dor dos corações humanos,
pasmados assistem o gigante,
desenrolar os meses e os anos.
&
IMPRESSÃO

Do vosso álbum, mimoso e delicado,
uma por uma, as folhas fui abrindo
como se desfolhasse, talvez rindo,
talvez chorando, um mal-me-quer dourado.

Luz, muita luz nas páginas fugindo...
risos, doçuras, sonhos de noivado,
tudo que é belo via-se engastado
como se fossem pérolas luzindo.

E fui olhando toda essa grandeza
em cada canto múltiplos fulgores,
em toda parte célica beleza...

Simples postal, porém, matou-me o encanto...
ele, que faz lembrar visões de amores,
é a causa, a efígie ebúrnea do meu pranto.
*
 &
Iconografia




*
Luis Lima, esposo de Bertine, 
em 10 de dezembro de 2018, aos 94 anos, 
ou melhor "Seu Gostão" 
para os amigos do peito.
Aqui em companhia da Professora Angela Matos, que foi  visitá-lo e trazer notícias da Família Bertine para nós.
Bertine Neta,  filha de Washington Neves ( uma dos 12 )  pelo que ficamos sabendo.
*
Prêmios Literários










Fotos da Professora Angela Matos.
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Referências
1 - 
CIRCO BERTINE - BLOG
http://circobertine.blogspot.com.br/ 
2 - 
POETAS DA MINHA TERRA
https://www.facebook.com/POETAS-DE-MINHA-TERRA-1014666388624787/ 
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